Postado por Agência PT, em 8 de maio de 2016 às 08:00:19
O senador Aécio Neves (PSDB) é praticamente campeão nas citações das delações premiadas da Operação Lava Jato. Ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de dois inquéritos sobre o senador mineiro com base em depoimentos e investigações prévias.
De acordo com as delações do doleiro Alberto Youssef e de Delcídio do Amaral, Neves teria recebido propina de um esquema de corrupção operado em Furnas. Furnas é uma empresa de economia mista e que opera nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Tocantins, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Norte e Ceará.
Para receber o dinheiro ilegal, Aécio usaria uma conta no paraíso fiscal do principado europeu de Lienchestein. O dinheiro desviado iria para a conta aberta em nome da mãe do senador, e da qual Aécio seria o beneficiário.
Outra acusação é de que Aécio teria interferido junto à CPI dos Correios para obstruir as investigações em 2005. O senador teria enviado um emissário a Delcídio, que presidia a Comissão Parlamentar de Inquérito pedindo que o envio das informações da quebra do sigilo bancário no Banco Rural fossem postergadas. Nesse ínterim, segundo o delator, Aécio teria tido tempo para maquiar as contas e esconder o rastro dos desvios feitos no banco.
Aécio também foi citado na delação do Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, um dos entregadores de dinheiro de Yousseff. Ceará afirma que por meio de um diretor da empresa de engenharia UTC teria entregue R$ 300 mil a Aécio. O senador ambém aparece na delação de Léo Pinheiro, executivo da OAS.
O Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública, em 2015, para cobrar, do governo de Minas Gerais, o repasse de R$ 9,5 bilhões para a área de saúde. O valor atualizado corresponde a R$ 14,2 bilhões. De acordo com a ação, este valor deixou de ser investigo pelos tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia, entre 2003 e 2012, no estado.
A Procuradoria da República de Minas alega que os ex-governadores, hoje senadores pelo PSDB, descumpriram emenda que obriga aplicação mínima de 12% do orçamento na saúde. A ação informa que os governos tucanos deixaram de aplicar R$ 9,5 bilhões no Sistema Único de Saúde em Minas Gerais.

Escândalos AéreosEm seu mandato como governador de Minas Gerais, Aécio Neves gastou R$ 14 milhões em dinheiro público na construção de um aeroporto privado na fazenda de seu tio-avô na cidade mineira de Cláudio. Mesmo tendo sido construído com o dinheiro público, a família do senador mantém as chaves do aeroporto, que não é reconhecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A pista recebia semanalmente familiares de Aécio e outras aeronaves de pequeno e médio porte cujo pouso tem de ser autorizado pela família do senador.
Na prática, o aeroporto servia ao próprio senador, que utilizava a pista de pouso ao menos 6 vezes ao ano.
Aécio também esteve envolvido em outro “escândalo aéreo”. O Ministério Público de Minas Gerais investiga o tucano, ex-governador de Minas Gerais, por ter usado aeronaves oficiais 124 vezes para ir ao Rio de Janeiro enquanto era governador do estado, entre 2003 e 2010.

Contas de campanhaO PT pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que sejam investigados os fortes indícios de compra de nota fiscal, de utilização de empresas de fachada e uso de caixa dois na campanha do candidato Aécio (PSDB) à Presidência da República em 2014.
O PT pediu especial atenção para a empresa VTG Marketing e Relacionamento LTDA, localizada em Alphaville Industrial (Barueri-SP), que recebeu R$ 55 mil da campanha e emitiu uma nota fiscal como prêmio em dinheiro, cobrando uma taxa administrativa, a indicar que se tratou de compra de nota fiscal e uso de caixa dois.
NepotismoDurante sua carreira política em Minas Gerais, Aécio colecionou um currículo extenso de ações nepotistas. Fernando Quinto Rocha Tolentino, primo de Aécio, foi assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG). Guilherme Horta, outro primo, assessor especial do então governador. Já a prima Tânia Guimarães Campos foi secretária de agenda do governador. Frederico Pacheco de Medeiros, outro primo, foi secretário-adjunto de estado de Governo. Tancredo Augusto Tolentino Neves, tio, diretor da área de apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Andréia Neves da Cunha, irmã, diretora-presidente do Serviço de Assistência Social de Minas Gerais (Servas).
Da Redação da Agência PT de Notícias