14/02/2015
09h42 - Atualizado em 14/02/2015 09h42
Expectativa é
que produção salte de 25 para 35 mil toneladas de amêndoas.
Estiagem mudou a cajucultura potiguar nos últimos anos.
Estiagem mudou a cajucultura potiguar nos últimos anos.
Plantações
a perder de vista por praticamente todo o Rio Grande do
Norte,
principalmente, nas regiões Oeste, Alto Oeste, Seridó e Zona da Mata. Assim era
o cultivo de cajueiro para obtenção da castanha. Mas o forte período de
estiagem mudou a paisagem e a cajucultura potiguar não conseguiu segurar o
ritmo de produção nos pomares devido à escassez de chuvas. Apesar de figurar
entre os principais produtos da pauta de exportação do Rio Grande do Norte, a
castanha de caju apresentou um declínio nas exportações da ordem de 15,6% no
ano passado devido à seca.
Em 2014,
o setor negociou no comércio exterior cerca de 20 milhões de dólares, relativos
à produção de milhares de toneladas de amêndoas, ficando em segundo lugar entre
os itens mais exportados. Os produtores, no entanto, não se deixam abater e
estão otimistas. Com novas técnicas de manejo e melhoramento produtivo, eles
esperam que o ano seja decisivo para reerguer essa cadeia produtiva.
De acordo
com estimativas da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), a produção de castanhas vem sofrendo um declínio gradativo. Somente
no ano passado, houve uma redução de quase 50% na produção das amêndoas. “Nos
anos de inverno regular, a produção do Rio Grande do Norte ultrapassava as 50
mil toneladas”, ressalta o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Emparn,
Simplício Holanda.
Segundo o
técnico, no ano passado os números de produção de castanha no estado não
ultrapassaram as 25 mil toneladas. “Para 2015, os esforços são para chegarmos
ao número de 35 mil toneladas, mas para isso, além da chuva, é preciso
recuperar cerca de metade da plantação”, estima. As intervenções têm se
concentrado na recuperação de pomares, como no caso de um projeto piloto
desenvolvido em Apodi.
Atualmente,
a maior parte das plantações de cajueiros encontra-se em Serra do Mel, município localizado a 240 quilômetros da
capital. Para auxiliar os cajucultores a enfrentarem a estiagem prolongada e
garantirem a sustentabilidade de seus negócios, o Sebrae no Rio Grande do
Norte, dentro do projeto de Cajucultura, tem orientado os pequenos produtores a
melhorar a gestão dos negócios e a implementar novas tecnologias no manejo da
cultura. “Também fazemos o acompanhamento dos produtores junto à indústria de
processamento para dinamizar essa cadeia produtiva”, explica o gestor do
projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho.
Os
produtores de caju estão buscando alternativas para manter a sustentabilidade
de seus negócios, enquanto a chuva não vem. É o que acontece com a Cooperativa
dos Beneficiadores Artesanais de Castanha de Caju do Rio Grande do Norte
(Coopercaju), localizada em Serra do Mel. “Com o apoio do Sebrae, a
associação passou a fazer parte do Comitê de Cajucultura do Estado e afiliou-se
a Central de Cooperativas de Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte
(Cooafarn). “Além da assessoria técnica do Sebrae, fazer parte do comitê e da
central trouxe mais alternativas para os nossos associados”, comenta a
assessora técnica da Coopercaju, Terezinha Oliveira.
Água tem
sido a maior necessidade para os associados da cooperativa de Serra do Mel, que
nesse primeiro trimestre de 2015 está com apenas 10% dos 101 associados
conseguindo produzir. “Nos anos com chuva regular a cooperativa faturava quase
R$ 2 milhões, em 2014 esse número não passou de R$ 300 mil. Esse ano é decisivo
para salvação da cajucultura, por isso vamos marcar audiência com o governador
pedindo implantação de medidas emergenciais, como já acontece em outros setores
e um plano de ação para perfuração de poços em nossa região”.
publicado: Do G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário